Todos os anos,a despeito das campanhas e operações realizadas por ocasião de datas festivas ou fins de semana prolongados, o número de acidentes com vítimas- mortos e feridos- nas rodovias federais tem crescido
assustadoramente.
Segundo as autoridades,a maioria dessas ocorrências deve-se ao comportamento dos motoristas que dirigem seus veículos em desobediência ao que preceituam as leis e regulamentos de trânsito.
Tal comportamento é motivado pela au
sência no currículo escolar- desde o ensino fundamental - de matéria de trânsito, bem como pelas deficiências existentes nos cen tros de formação de condutores e até as más condições das rodovias.
Por outro lado,a falta de policiais rodovi
ários, cuja presença nas estradas serviria para inibir a prática de infrações, como excesso de velocidade, ultrapassagens proibidas,tráfego pelo acostamento, contribui para o aumento do número de acidentes.
Muitos usuários comentam que trafegam por vários quilômetros sem cruzar com uma viatura da PRF e que a maioria dos postos que serviriam de pontos de apoio encontram-se fechados.
Na verdade, a Polícia Rodoviária Federal,
que nos seus 83 anos de existência tem pres-
tado tão relevantes serviços ao país, não tem merecido o devido reconhecimento de parte das autoridades governamentais.
Não conta com um efetivo ideal que lhe proporcione uma atuação mais constante e eficiente na repressão a infrações de trânsito. O último concurso para admissão de novos policiais acha-se suspenso desde 2009 por suspeita de fraude nas provas sem que se encontre uma solução para o problema.
Não possui uma lei orgânica e nem um plano de carreira que,se existissem,poderiam inserir na corporação um sistema de mérito para assunção aos cargos de chefia,colocando fim às indicações políticas (o famoso Ql), que, via de regra,beneficia apadrinhados em detri mento dos mais capazes,os mais competentes.
Por fim, entendemos que, mesmo com todas as dificuldades e deficiências que tem enfrentado,a Polícia Rodoviária Federal deve dar ênfase aos problemas de trânsito, orien tando, educando e, sempre que preciso, re primindo tenazmente as infrações cometidas contra o que estabelece o Código de Trânsito Brasileiro, pois, atuando dessa maneira, po derá pelo menos atenuar as consequências dos acidentes nas rodovias federais, fazendo baixar o número de pessoas vitimadas.
Não podemos esquecer que a PRF é uma polícia especializada em trânsito.
